terça-feira, 19 de julho de 2011

36° Ato - A Mentira


E quantas vezes não vamos ouvir as mentiras que o tempo joga no ar? As verdades hoje são tão escacas que nos custa acreditar... Na palavra sincera, no ato sem ambição, nos carinhos livres de troca, nas ofensas já acompanhadas do perdão. Ser "um" enquanto se são dois, sempre vem acompanhado com um dose de paciência e não basta só decência, você tem que saber levar.
Por vez ou outra tudo se acaba por não crer, por fechar os olhos e não ver que tudo ao nosso redor esta sujeito a falsos julgamentos e nunca iremos controlar o que difamam as bocas alheias. Alguém me disse uma vez... "paciência requer muita pratica"... Eu diria que muita pratica nos obriga a desenvolver a paciência. Tudo na teoria tem sua dose de facilidade e não importam as meias verdades, os desafios de hoje serão sempre mais importantes que os de ontem ou dos que virão amanha. Sempre um dia após o outro, sempre um passo de cada vez.
Os olhos são o espelho da alma... Quantas mentiras são necessárias pra não mais acreditar em todas as verdades?

segunda-feira, 30 de maio de 2011

35º Ato - O Paraíso


Dorme anjo das asas partidas, em teus sonhos te encontrarei pra te carregar nos meus braços até o paraíso que construí pra nós dois. Todos os dias e todas as noites machuquei minhas mãos e podei as rosas, todos os dias e todas as noite sujei meu rosto com terra molhada ao preparar nosso gramado. E fiz calos e arranhões, reguei nosso jardim com o suor de meu esforço e preparei cada pé de chão pensando em um futuro bom. Sangrei as costas com o peso de cada pedaço do cantinho que fiz pra você repousar, sobre um céu estrelado e o vento mais terno lhe acariciar o rosto ao som da sinfonia divina de todos os pássaros que chamei assobiando. Preparei lá no fundo uma pequena lagoa de boas lembranças e a enchi com todas minhas lágrimas de saudade, alimentei cada peixe com migalhas de pão que fermentei com todo meu amor. Fiz chover todos os dias com minhas historias tristes sobre um mundo onde você não pertence a mim, e tudo conspira contra nós. Reguei e podei, tratei e aparei nosso jardim de flores sem espinhos pra você nunca se ferir.
No canto mais alto montei um balanço com vista pra as areias brancas de nossa praia decorada com todos os dias de lua cheia e tochas de fogo azul.
E fiz de você meu fruto proibido, e fiz do horizonte meu limite pra te amar, e acabei vendo sem querer que tudo o que há de bom em mim, é reflexo do que sinto por você.

Pedro Vitor

sexta-feira, 27 de maio de 2011

34º Ato - O Sonho


É puro tato o simples fato de saber que nas vinte e quatro horas que têm o dia, durante trinta e seis eu penso em ser. Algo mais que um nome e alimentar minha fome de vôos altos e rasantes cada vez mais baixos, dentro dos limites dos meus sonhos onde pra ser ou ter qualquer coisa, basta fechar os olhos e crer.
E pra se convencer de cada ínfimo detalhe: pare, pense, seja, flua. Deixe escorrer pelos dedos a sensação crua, aquele frio na barriga lhe tomar por inteiro e não se doe em partes ou seja apenas meio, porque quem quer asas pra voar sempre precisará de um par. Quando você perceber que seu tudo não servirá de nada e nossas mentes cheias desse "nada" alcançam de tudo, perceberá que os sonhos estão mais próximos e os obstáculos não são tão grandes. E você atravessará rios e brincará de gangorra em cima de montes, e não há caminho certo ou errado, escolha lógica ou sem razão, você fluirá pleno e ligeiro como água por entre frestas e no meio destas serás soberano manobrando com as artimanhas do coração.
Acredite sempre piamente na capacidade de seus sonhos pois a única coisa que os separa da realidade, é sua capacidade de levantar da cama sem limites pra te obrigar a parar.

Pevic. Pedrosa

segunda-feira, 16 de maio de 2011

33º Ato - A Confusão


Na alma me toca e em meu peito transborda, doce perfume fugaz que se esvai pouco a pouco na lenta batida de meu relógio de pulso que conta as horas apulso, por não querer te ver partir. E logo logo seu manto de mistério e encanto frenético, me acelera o ritmo atordoado pelos beijos lentos que tu tens me dado em noites chuvosas de gotas geladas. E por mais que me percorram o corpo todo, o insano, o louco que me toma todo quando eu e você somos um, me faz pensar com o corpo cansado já de tanto carregar o fardo de te querer, de tanto sonhar, de fechar meus olhos já quase úmidos e negar a razão, meu prato principal que me da forças e me sustenta. E teus cabelos que me embriagam com seu cheiro é a solução, quanto mais te desejo mais te quero e mais me afasto, mais me nego a te deixar porém me ponho sempre a disposição.
Minha princesa nem sabe que também sou príncipe e nem sei mais o que é certo. O que é digno da verdade ou o que só posso omitir e esconder junto as mentiras. Minha cabeça já foi um mundo seguro para se confiar. Já foi, um dia será... nas confusas horas que se estendem meus dias, não mais claros que o fundo do mar.

Pevic. Pedrosa

domingo, 15 de maio de 2011

32º - A Confissão


Não estranhe se por vez ou outra eu deixar meu romantismo atrás da porta, não é porque mudei ou porque não te quero bem, é sim porque nem tudo que é bom o tempo todo faz bem. Os pequenos detalhes fazem a diferença, um jeito carinhoso de chamar ou um toque especial que só aquele alguém sabe dar, uma rosa em botão colada na porta ou até mesmo um pequeno ato livre de expectativas, apenas feito de bom grado pra quem sabe um sorriso e bons momentos lhe proporcionar.
E talvez eu passe um dia só falando besteiras, só arranjando desculpas pra não sair do teu lado, talvez eu passe um dia só relembrando velhas memórias, falando das cicatrizes, antigos amores ou escolhas certas e erradas do passado. O que "é" hoje pode não ser amanhã, mas o que foi ontem nunca mudará, então olhe pro dia que passou e veja quantas coisas boas eu procurei te fazer passar. Das minhas promessas eu prometo tomar conta e cuidar que cada palavra valha a pena ser lembrada. Das minhas falhas eu cuidarei mais ainda e farei de cada passo no chão uma batida nova e plena em meu coração para não mais errar.
O bem que você me faz é tão raro e me custa tão caro só em pensar em te deixar. O mal que você me faz quando está perto é tão perverso, mas prefiro mil vezes o seu mal por perto do que distante dos meus olhos, onde eu não poderei te ajudar.
Minhas palavras serão sempre claras e de mim não será surpresa saber o que sinto, porque por você já vi que não minto e não adianta eu me negar ou disfarçar. Em meus olhos sempre estará estampado quando você me olhar.
Hoje em dia só tenho duas ou três certezas na vida e uma delas é você, que sem nexo entrou sem avisar, me cicatrizou algumas e abriu novas feridas, que lavadas por minhas lágrimas serão sempre regadas de um sentimento que não sei o nome, mas teima ao não me deixar.
Você não é a dona de minha felicidade e com ou sem, ficarei bem. Mas contigo eu não minto, serei pleno e radiante, farei de grãos de areia os mais lindos diamantes pra te coroar a cabeça e te iluminar os passos, e calmamente sanarei tuas dores, te farei esquecer de antigos amores, e enquanto dure nossas tentativas incertas de procurar juntos os passos mais lindos nos compassos marcados dessa dança insana que não sabemos o nome. Cantarei a letra quando faltar a canção, tocarei os instrumentos quando faltar a melodia, estalarei os dedos quando não ouvires o ritmo, e te carregarei nos braços quando teus pés não aguentarem mais tocar o chão.

Pedro Vitor

segunda-feira, 25 de abril de 2011

31º Ato - A Canção

31º Ato - A Canção

EDIÇÃO ESPECIAL HAUHAUUAHUAHUHUAHUAHUHAUh

Pevic. Pedrosa

quinta-feira, 14 de abril de 2011

30º Ato - A Minha Menina


E lá vem ela desfilando na avenida, despejando seu charme sem nem perceber, é dela , é natural, não precisa forçar pra ver. E de longe me olha com seus olhos bem cerrados e no meio do caminho lhe entrego meu sorriso mais safado. E ela passa... sem pressa... me olha de lado como se pagasse promessa pra qualquer santo de pau oco, joga seu cheiro no vento, ela é boa nisso... ela faz o momento... e depois acelera o passo, entorta meu pescoço e ela sabe que eu não sou bom moço, que vou olhar com um sorriso entre aberto e as mãos na cabeça pensando "Meu Deus dai-me tento ou dai-me ela, por que com ela eu tento e sem ela eu não presto".
Meu bem sempre sai montada naquele corpo de mulher, naquele semblante de despertar desejo e se te der dois beijos e um carinho na nuca eu te digo meu bom rapaz... te controla... porque mais nunca você vive em paz, nem sempre prioridade é sinônimo de exclusividade então corre atras negão, ou paga pra ver. E tem no seu jeito uma malícia tão saborosa que entre perguntas e respostas, solta seu charme entre línguas e suspiros, toques e arrepios, mordidas e saídas que só uma mulher que sabe o que quer, sabe fazer sem fazer esfriar.
Dizem por ai que ela é boa, mas eu digo por ai que boa é minha mãe. Ela é mais que isso ela é maliciosa, ela é linda, ela é gostosa e não tem meio termos ou palavras amenas pra dizer ou mascarar. É isso o que ela quer, é isso o que ela sente, ela quer braços fortes e um peito imponente, a segurança de um lorde e um instinto safado, mais daquele bem dosado que sabe a horas das entradas e mais ainda... a hora das saídas.
Meu bem na verdade é uma menina, que por fora só mostra seu tipo de mulher. Ela é bobinha e pensa que sabe tudo, eu sou mais bobo ainda e penso que ela não sabe nada. Mas ela tem tanto pra aprender e eu tenho mais ainda pra ensinar.
É Ela.

Pevic. Pedrosa

terça-feira, 12 de abril de 2011

29º Ato - A Volta


Acordei hoje com a alma tão leve, mas tão leve que recebi até um beijo de uma anjinha que vi passar voando no céu sobre as nuvens de algodão. Disse pra ela que meu negócio não é com ela, que quem gosta de santo é Igreja e eu só vou à missa aos domingos, Antes e depois, eu só quero curtição. Ela me deu um tapa, mas um tapa tão forte que desci até o inferno. Lá encontrei uma diabinha que me tentou com algumas piscadinhas e propostas indecentes. Disse a ela que meu negócio não é com ela, que aquele fogo eu não apagaria nem que me pagassem e que quem quer corja com o capeta, acaba espetado.

Então eu voltei pra terra com alguns arranhões, um olho roxo e um óculos escuro, perdi a diabinha e a anjinha mas não perdi a pose. Na verdade eu to de boa e vim só pra fazer a social, minha vibe agora é outra, e a historia quem vai contar são aqueles que vão ver e vão querer estar no meu lugar. Vou andar por ai distribuindo sorrisos e arrancando suspiros, conversando sem segundas intenções e olhando até com quintas. Vou brincar de aparecer e desaparecer, de falar e fazer silêncio, de dar prazer e de receber, de te encontrar e me perder. Vou carregar durante todo tempo o meu amor dentro de uma caixinha, guardada a sete chaves e com um senha de mentirinha, esperando você chegar, devagarzinho, sem pressa, deixando o tempo te mostrar. E você vai ver, que eu sou o melhor pra você. E você vai se arrepender, e eu vou voltar atrás, ou não, quem sabe?

Quanto tempo você leva pra esquecer uma paixão? Quanto tempo você leva pra entregar seu coração? Eu tenho todo o tempo do mundo, e divido ele com você, e com você também, e... com você também... com você... com você...

Não me julgue, eu não te julgo, não me culpe porque eu também não te culpo. Cada um faz as escolhas que lhe convém, então vem enquanto ainda é tempo. Ou então fecha os olhos... vai ser melhor você não ver.


Pevic. Pedrosa

segunda-feira, 4 de abril de 2011

28º Ato - O Pássaro


Difame meu nome por uma rua e outra, me diga na cara tudo que não sente, se negue a verdade crua de saber que você procura o conforto de minhas mãos quentes sempre que chamo você. Se esconda por dentro de seus cabelos e evite me olhar fundo para não se tentar. Não fale, não responda, diga que precisa ir embora e que não pode mais ficar.
Diga isso e saia de perto de mim, ou então fale pelos cotovelos até eu pedir pra se calar, sempre que te faltam palavras e só me resta te olhar na calmaria de meus 250 batimentos, só uma vontade me consome e me dá sossego, só um desejo tira o nexo entre minhas palavras e me cala, e me estiga, e me domina as mãos e me controla os pés, é essa vontade louca de te beijar.
Não me dê desculpas ou omita seus verdadeiros motivos, quem sente o que eu sinto sempre espera, e não há coisa pior do que esperar e se frustrar. Mas se você me quer, se você realmente me quer, me expresse e me fale, com um gesto, um mero sinalzinho. E acamparei no início da tua rua, montarei uma fogueira com pequenos bancos de madeira com vista pra lua, comporei mil canções de ninar para quando estiver cansada ninar teus ouvidos e afagar teus cabelos, até teus olhos pesarem mais que meus dedos e num sono calmo ao se sentir segura, eu adormecer ao teu lado nessa nossa historia, nessa vida escura.
Não pense meu bem, que por ser assim sou fraco ou perdi minha noção... mas eu carrego meu valor no peito e sou um pássaro na sua mão, por natureza sou livre e só volto pra tua janela se tiver água fresca, sombra suave e migalhas de pão.

sábado, 2 de abril de 2011

27º Ato - A Oração


Vou rezar a Deus três vezes ao dia em baixo de minha ducha de água fria, pra esfriar minha cabeça e me deixar pensar. Pedirei inspiração, momentos de prazer e de pura alegria, cantatas de amor ao teu lado, mensagens na areia de total harmonia deixando de lado os velhos atos passados, para olhar sempre o caminho certo de nossos novos passos.
Pedirei ao anjo do norte, sul, leste e oeste, que sem pestanejar me empreste as penas caídas de suas asas de luz, para te aquecer junto ao meu corpo, na plenitude de nossos corpos nus.
E sem pressa no ritmo que te agrade e te deixe pensar, farei de meus versos uma fração de minha demonstração de afeto, só para te mostrar dia pós dia, que é ao meu lado o seu lugar.

Pevic. Pedrosa

quarta-feira, 30 de março de 2011

26º Ato - O Caminho


Vou colocar meu melhor perfume, a camisa que mais me caia bem. Vou passar na tua rua com meu pensamento lá na lua até te ouvir me chamar. Não vou olhar, nem passar sem você me ver, quero teus olhos me vigiando até no fim da rua desaparecer. Quero apenas te deixar refletindo sobre como tudo teria sido se eu estivesse com você.
Vou te sorrir em um outro dia e te abraçar bem lentamente, quero te deixar com meu perfume na roupa, a saudade mais louca, e um beijo estalado quase tão perto da boca que te formigue as bochechas sem parar.
Vou te passar a mão nos cabelos e encarar teus olhos por poucos segundos, quero um pensamento, uma lembrança, eu quero um trunfo, que te faça pensar em mim antes de dormir.
Sem mais te deixarei um bilhete por baixo da porta, com uma carinha sorrindo e um singelo "bom dia" pra te arrancar um sorriso e um doce suspiro. O diferente se enxerga nos detalhes, em pequenas comparações que quem se importa de verdade não se incomoda com julgamentos ou mal pensamentos de quem quiser falar. Se tiver que demonstrar a sós , em público ou pra qualquer um que duvidar de nós, me peça, me lance um olhar com um pouco mais de desejo e até o sal do mar eu colho inteiro.
Quem sabe um dia teu caminho seja guiado por rosas e te traga até a mim. Quem sabe teu caminho tenha até pedras de brilhante, e coroada com diamante serás minha princesa, meu anjo querubim.

Pevic. Pedrosa

terça-feira, 29 de março de 2011

25º - As asas de cera


Quem é ela que as oito me inspira poesias e me faz pagar de besta, escrevendo um verso ou outro, numa folha de caderno solto a espera de um sorriso lhe tirar?
E quando me sorri sincero me quebra as pernas e me faz pensar, no quanto é bom o gosto de lhe olhar fundo e decorar a feição do rosto, que um sinalzinho na ponta de seu nariz faz seu charme aflorar.
Ela até me contou um dia, que já foi até bailarina e seu sonho mágico de quando ainda menina, era ser a mais linda modelo que qualquer fotografo iria bajular. Um vez até resolvi pesar seu coração, coloquei o numa balança contra uma rosa em botão. E para minha surpresa pude notar que mesmo nem cabendo em minha mão, pesou menos que uma rosa o seu enorme coração.
Então vai meu anjo de asas de cera, voa alto e conheça as verdadeiras cores que pintam o céu. Só não demore muito na sua saída, nem sempre estarei forte e a espreita a te esperar, para quando muito próximo do sol você chegar e suas asas não puderem mais te sustentar, estar em baixo com meus braços bem abertos pra te trazer ao chão, falar-te de um futuro bom e te receber com beijos nos olhos e uma flor na mão.

Pevic. Pedrosa

segunda-feira, 28 de março de 2011

24º Ato - A Superação


Não durma no ponto, não fuja dos sonhos. Você, só você pode ser mais do que se espera, pode superar e fazer o mundo girar ao seu bel prazer. Só você pode dizer o quanto que irá amar, e irá errar e irá tentar mais uma vez. Porque não existe ninguém que mude sua essência, que posso comprar sua decência, que possa transformar o seu “eu” há tanto moldado pelas experiências e cicatrizado na inocência de perdoar e levar a frente, com as mãos calejadas mas sempre bem cuidadas.

Você carrega no rosto um semblante de ternura, sua meiguice, sua doçura, se desenham em seu sorriso sempre sincero, seus carinhos sempre tão ternos. No seu jeito raro de ouvir e ver, de fazer e sentir, de olhar e deixar levar pelos sentimentos que te fazem ser quem é. Não se feche ou não se permita, outras pessoas entrarão na sua vida. Uma hora dessas alguém vai aparecer com tantas coisas pra te oferecer e talvez você só vá perceber, quando esse alguém deixar de se importar. Não tenha medo de se envolver, não perca a chance de viver, cada segundo é intenso, cada minuto é um novo momento, faça a diferença e fortaleça suas crenças. Quantas horas podem durar um dia? Porque você não fecha os olhos, e me deixa ser seu guia?

Fugir nunca é a solução, sentir é sempre a melhor opção, quem arrisca coloca em jogo sempre grande valores, se permita, não desista, você sempre merece mais e alguém sempre está disposto a oferecer.


Pevic. Pedrosa

quarta-feira, 9 de março de 2011

23º Ato - A Clave


Isso meu bem, pra que tanta afobação? Não misture amor com pressão. Não precisa de pressa, vem com calma que eu já te beijei os olhos e você já tirou a blusa. Eu já me perdi de desejo em todas tuas curvas e meu sangue já ferve nas veias, quando me fala manso ao pé do ouvido.
Já me afoguei nos nós dos teus cabelos, já ficamos a sós em constantes devaneios, me atirei descalço nesse azulejo de pregos e adormeci pianinho no teu colchão de brasas quentes.
Não vai ser desse jeito, nesse ritmo, nesse joguinho, que eu vou perder minhas peças uma a uma de pouquinho em pouquinho, nas tuas ciladas armadas e colocadas de molho em banho maria.
Quem te viu, quem te vê, quem te conhece que te compre, porque nesse jogo de cartas marcadas eu já conheço todas as saídas, investi pesado em todos os coringas e tenho nas mãos os às que te faltam. Tenho no pulmão o ar que te da vida, e quando me vejo cansado assobio aos quatro ventos minha clave de sol bem elaborada. Te dando uma Do-se de Re-volta a qual MI FA-lta e como o SOL LÁ no alto me aquecendo e guardando para SÍ o calor constante de meu corpo, guardo comigo os sabores e as dores dos amores complexos que vivi, e te ofereço minhas experiências tão poucas porém tão válidas quando um ou outro só querem viver por e parar curtir.
Eu quero sempre mais e não me contento com metades, porque metade de quem você é não é você, então não me ofereça partes, me ofereça um inteiro e te dou um coração e um corpo cheio, de sentimentos e emoções para dar.

Pevic. Pedrosa

domingo, 27 de fevereiro de 2011

22º Ato - A Metade


A vida é tão sagrada, as verdades são tão raras, as situações são sempre tão claras. Sem mais, sem perceber, quando mesmo sem querer me mina em seu amplo campo de viver me deixa esperando calado quase sem vida e tão afastado.
Ela não percebe ela não vê, entrei num caminho sem retorno ou cruzamentos, não tenho saídas e não farei julgamentos de atos que não acontecem comigo, mas me envolvem por inteiro quase como uníssono por eu guardar em mim, uma parte de você. Então me diz o que fazer e até onde eu tenho que suportar, te ter pela metade me tira todo o sossego, me impede de sonhar.

Pevic. Pedrosa

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

21º Ato - O Desejo


Seu começo traz no beijo um singelo ato de carinho. O seu trato, puro tato, desperta a harmonia dos sentimentos presentes, já tão fortes e latentes, por dentre as frestas de meus dedos. E, migrando com os lábios, me embriagando com teu cheiro, antes fosse apenas fantasia, tudo passageiro, o que me percorre o corpo e me domina por inteiro.

Minhas mãos, não comandadas por mim, tomam sozinhas um destino que, por si, vão descobrindo no suor de nossas peles molhada as fendas e curvas tão queridas, tão sonhadas, nos meus sonhos mais lindos de amores sem fim. Quando descobri teu maior segredo, que teu corpo tão desejado outrora teria sido feito num molde perfeito que só minhas mãos podem se encaixar, me vi no dever de caminhar com vigor pela tênue linha entre prazer e dor e te dar meu corpo, teu corpo, todo o meu querer, num ato de vontade de ter você.

E na plenitude de nossos corpos nus, as mentes sãs perdem o nexo no novo ritmo do coração que, acelerado, perde a sinfonia com a respiração, ao achar com a boca o caminho para a perdição.

Tocando com a língua a flor de teu corpo e vendo desabrochar nas rubras maças de teu rosto, o prazer em forma de desejo te consumindo a flor da pele.

E por fim, investir meu corpo contra teu corpo, negando as leis da física, comprovando as leis da química, alcançando a celeste heresia de esquentar nossos corpos e arrepiar a parte mais sublime de nossas almas.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

20º Ato - O Buquê


Me come o juízo com leite e morango no café da manhã. Me tira do sério com suas fugas secretas, suas saídas discretas e seus sorrisos enfeitados com um batom qualquer que lhe faça os lábios brilhar.

Sem me deixar pistas, confunde meus sentidos, se sim ou se não, só quem sabe são seus sonhos que lhe falam entre pequenas aparições e poucos sinais de vida. Será que sou o garoto dos seus sonhos? Roubaram meu ouro, caí do cavalo e nem sou tão bonito... mas só pra você eu levantaria mesmo com as pernas quebradas.

Só pra você eu visto minha cama com o melhor lençol, seguro meu prazer e não te deixo ficar só, toco no violão uma ou outra balada, te escrevo poesias e te perdoou nas mancadas. Quem sabe um dia desses, eu te levo até um buquê com minhas mãos machucadas por tirar os espinhos com carinho e cuidado, para você não se machucar.

O que você quer eu já não sei, mas vou combinar com um anjinho lá de cima que te sussurre no ouvido todas as noites... um breve “te amo, te adoro, te venero” e no fim o meu nome quase que sem voz. E eu sei... um dia você vai acordar e vai dizer, dizer sem perceber, que sou o garoto dos seus sonhos, que fui feito só para você.

Pevic. Pedrosa

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

19º Ato - O Escritor


Carrego hoje comigo um coração cansado, um corpo machucado e uma alma sempre apaixonada. Sou devoto dos meus planos e fã de todos os meus poucos anos, das experiência vividas, uma ou outra sofrida, um sorriso no rosto e uma rosa em botão. Vivo sempre um dia após o outro, sentindo cada sentimento com toda intensidade, cada desejo, cada paixão. Carregando nas costas as minhas saudades, que cultivei amando sempre loucamente cada amor, de mentira ou de verdade.
Tenho nas mãos memórias de quem toquei, na ponta da língua todos os sabores que provei, no pé do ouvido todos os sussurros apaixonados, todos marcados de algum jeito sem que nem pra que. Apenas por ser poeta e não ter aprendido a amar, quero sempre um domingo acompanhado, um declaração e um carinho bem dado. Mas hoje eu estou cansado, hoje só te quero ao meu lado encaixada em meu peito, nenhum barulho nenhum defeito. Apenas o calor de um corpo presente que durma sem mas...
Hoje eu quero escrever até que me sangrem os dedos, até que eu expulse cada má lembrança, cada grito de desespero. Hoje carrego comigo um coração cansado, um corpo machucado e uma alma sempre apaixonada.

Pevic. Pedrosa

18º Ato - A Incerteza


Foi fácil... foi tão fácil. Eu olhei sem saber, sem nada do que esperar. E fui me envolvendo sem querer, procurando não me apegar. E com seus olhos que eu nunca sei o que querem dizer você me disse que queria, que queria meu prazer.
Eu olhei tantas vezes procurando te entender, te buscando nos olhos alheios, sentindo teu cheiro em todos os cantos sem perceber. Quantas vezes não acordei sorrindo? Quantas vezes não acordei pedindo o teu corpo quente para me aconchegar. Você foi partindo, você foi voltando, você foi presente, você foi você. Nesse teu jeito único de me querer sem me deixar entender, eu vou seguir as regras, não vou cortar as rédeas, vou de mansinho tão quietinho tentar ganhar você.
Na verdade eu não tenho pressa porque em algum lugar eu te toquei, talvez não tanto como eu gostaria, talvez não do jeito que me satisfaria, mas eu tenho fé e o que é do homem ninguém tira.
Eu tenho fé... eu tenho fé... eu tenho na mente uma lembrança sempre recente, um toque sempre quente e algumas palavras sussurradas no ouvido, que só eu e você podemos entender.

Pevic. Pedrosa

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

17º Ato - O Juramento


Viverei cada dia, um a um sem pressa, na calmaria de te olhar fundo, até enxergar tua alma, desejando cada espaço que sobrar entre teus abraços, até que de carinho não sobre nenhuma fresta.
De tanto se envolver me vi envolto, por um véu de você que me deixa louco, desvairando-me pouco a pouco na doce e complexa dúvida que paira sobre nós. Sobre os beijos dados logo antes dos longos abraços, das gargalhadas marcadas por pensamentos compartilhados, por entender um ao outro, por tudo está marcado.
E na falta da presença carnal, fazer de nós dois um só corpo, uma só dádiva de benção angelical. Porque tão simples como o fim das ondas que sempre quebrarão na praia, é certo o que eu sinto, e te darei as duas faces de minha cara, se quiseres por a prova o valor que eu te dou. Se o martírio me for negado, de ao menos tentar morrer de amor ao teu lado, de nada valería mil palavras ou frases de amor.
Porque por fora sou carne e osso, mas por dentro, sou universo e horizonte de possibilidades infinítas de te fazer feliz.

Pevic. Pedrosa

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

16º Ato - O Sol


E ela se foi sem pressa no seu vestidinho de me inspirar poesias. Levou consigo minhas respostas e me deixou mais dúvidas. E meus olhos se indignaram por não saber a cor dos olhos que o fitaram num jeito singelo, de querer sem demonstrar, de fugir mas querer ficar.
Os olhos cor de prazer, cor de doce mar, cor de me olhar e deixar gravado nas lembranças mais belas, dos olhares mais sinceros e mais misteriosos que eu já pude fitar.
Levou consigo sem perceber, os meus pensamentos e o meu querer, entre seus cabelos que me afogavam com seu cheiro, que me fariam andar o mundo inteiro para novamente poder tocar.
E ao por do sol ao som da praia e das músicas de fundo, tocados quase que para simbolizar, as trilhas sonoras dos filmes de encanto e casos impossíveis, que só o destino poderia juntar. Ela se foi sem pressa, me deixando seu ultimo beijo, um olhar satisfeito, e meu bem mais precioso, que sempre guardei nas esperança de um dia poder presentear...
Ela se foi, mas em outro por do sol, eu sei... lá ela vai estar...

Pevic. Pedrosa

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

15º Ato - O Encantado


Vem que eu ainda te espero passar na esquina, com esse teu charme de me querer sem me dar bola. Mas vem logo, porque se der meia noite e tua abóbora não virar uma carruagem, eu estou armado até os dentes e ainda me restam dois pares de sapatinhos de cristal. Nesse faz de conta que é verdade, que eu faço de conta que acredito lá no fundo, eu só quero ser teu príncipe encantado. E mesmo no caso de você parecer mais a fera do que a bela, comigo não tem tempo ruim. Só quero um olhar sincero e um beijo com gosto de prazer. Eu sei que é pouco, mas pra mim é o suficiente, e assim eu te ofereço um gênio com direito a três pedidos e uma volta no meu tapete mágico. Juro que vou tentar ser o príncipe mais bravo e mais romântico, isso faz parte de mim. Quero que você seja minha princesa, pra te colocar uma coroa de prata e o anel mais lindo que você veria, mesmo que vivesse mil vidas ou mil anos. Sinceramente não me importo com detalhes mesquinhos ou com passados que não movem mais moinhos. Me importo sim com um futuro de sorrisos, bons momentos e lembranças quentes de alguém que fez por onde, fazer você feliz.


Pevic. Pedrosa