terça-feira, 17 de julho de 2012

O Amante




Entre um beijo e outro perdição de meu pensamento, me toma o corpo fogo grego, quanto mais me esquivo, mais me alimenta. Em teus ouvidos sussurros quentes refletem o calor de meus desejos em estado quase primitivo. Quero uma noite provando de todo o sabor de tua flor, que entre tuas pernas esconde uma passagem sem volta à fronteira que existe entre o caminho da tentação e um paraíso de prazeres sem pudor. E de meu corpo contra teu corpo nessa luta infame sem pretensões de um vencedor, esgotar meu fôlego entre os suspiros que trocamos, junto a mordidas e arranhões livres de dor. Outrora deixar raiar o sol lá fora, e vê-lo se por novamente sem que nossos corpos não tenham deixado de se fazer um, de me fazer uma parte de ti, de te fazer uma parte de mim. Adormecer então dominado pelo cansaço, contigo risonha e já sem forças entre meus braços.
De prazer amor, viverias. De paixão meu bem, te consumirias. Teu beijo é meu gatilho, teu corpo é como pólvora e no calor do meu corpo, nossas faíscas explodem todas as sensações a flor da pele. E me fazem assim tua melhor chance, teu mais vivo amante, nosso segredo guardado na cama onde o limite se perde no horizonte. 

Pevic. Pedrosa

A Dúvida



Quem dera fosse tão simples, doar e amar de novo e de novo, ela não sabia, nem ao mesmo entendia aquele tanto de sentimentos presos em algum lugar dentro de sí. Não sabe se já amou e teria medo de arriscar, só sabe que alguma vez já se entregou e seus olhos não compartilharam do mesmo brilho de outros olhos. Quem dera que as coisas fossem mais simples, que o coração fosse feito de escolhas e não de momentos e sentimentos. Quem dera a razão fosse sempre a opção que mais fizesse bem, mas nunca existem dois caminhos que levem pra o mesmo lugar. O percurso entorta, faz curva, dá meia volta e o controle só é medido pela velocidade dos pés.
E quando é que tudo acaba? Quando é que a insegurança e a dúvida dão espaço para algo mais? Com os olhos bem fechados, os braços bem abertos ela abraça o vazio, ela abraço o que vier, estende seu corpo na extensão do infinito e se doa ao que lhe faz sentir-se melhor. Escolher ao longo do caminho os maus que preferir, faz mais sentido do que deixar-se levar pelo desconhecido, sem saber ao certo com que se lida. A expressão da carne, o sussurro do pensamento, a batida do coração, tudo isso carrega as palavras que são ditas no silêncio de um olhar. E o que se faz? Quem é que sabe a hora de se entregar e deixar levar por um primeiro ultimo encanto, e quem dera que fosse o primeiro ou mesmo o ultimo, pois de incerteza se morre aos poucos a medida que tudo ganha uma cor diferente ao lado de alguém. 
Quem dera que todos os problemas virassem pó e sumissem com qualquer batida na sacada da varanda, quem dera fosse simples. Quem dera.


Pevic. Pedrosa

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A Saudade



Ah de saudade amor, como hoje sou intenso. Vivo um minuto após o outro de tanto querer e paixão que mal me sobra tempo, mal me sobra hora, mal me sobra vontade de te deixar mais uma vez e ir embora. E que me julguem de todos os lados quem não entende o meu amor, que de saudade e vontade já sou seis terços da vontade da vontade de te amar sem nenhum pudor. Que o tempo se exploda, que a distancia encurte se tiver meu bem que me separar de teus olhos que me torcem a carne e o pensamento furte.
De saudade hoje não sou mais nada, minha ansiedade me comeu os dedos, de teu desejo virei noites de olhos ardendo, vi meus dias acabarem como os dias de um preso, lento. E quantas vezes não procurei o teu cheiro no ar? A tua pele, nosso jeito, nossa maneira de se amar. E achei nos braços da lembrança minha memória mais terna, nossos corpos se tocando em mais uma de suas jornadas curtas que sempre me prostram já ansioso pela espera.
Ah meu amor, e nem sabes o quanto que nutro, sentimento quase utópico, quase perfeito, quase tudo. Mas não morrerei amor de saudades, morrerei de mata-la.


Pevic. Pedrosa