terça-feira, 22 de junho de 2010

6º Ato - A Libertação


Quanto mais o tempo passa, a espera de uma reação, ganha asas e voa alto, um coração a caminho da libertação. Tão seguro já se mostra mais vivo, bate mais forte sem se preocupar, se sim ou se não, mais nada importa, seu desejo é apenas voar. Como uma corrente que se torce, e se contorce até quebrar, não a remendo que de jeito ou que consiga mais segurar.
Tudo que antes estava tão perto, tocava tão fundo aquele coração, se distancia no horizonte se transforma lentamente em mais um pensamento vão. Respira fundo meu espírito, tira dos braços o que te pesa, esse peso não é mais teu, a escolha não é mais essa. Segue teus próprios passos, procura sem medo outros braços, um novo porto mais seguro pra teu navio atracar e todo o amor que tu carregas no peito, você possa entregar, a outra que te queira de bom grado, que aceite sem se cobrar.
Nasce sorrateira entre as cinzas e a escuridão, tão improvável de viver, uma linda fênix de encanto que sobreviveu a falta de querer, e voando pelos céus em chamas, vai deixar seu rastro no ar. E sempre haverá quem siga, quem não pare de olhar. As penas de um pássaro quando caem ao chão, sempre nos fazem refletir sobre a sensação, de bater nossas asas e voar...

Pevic. Pedrosa

domingo, 20 de junho de 2010

5º Ato - O Desapego

Quem cultiva, colhe o que semeia. Quem não cuida de seu jardim, permite que outros desfrutem de suas flores. O desapego bate na porta de quem já enxerga sem rodeios, que aquele não é seu lugar, que aquilo não lhe faz jus e que outra porta pode se abrir no mesmo canto. É um mecanismo de preservação, que só nosso coração entende, que paira da noite para o dia e onde devia ter sido semeado outras coisas, só dá frutos de desinteresse e desencanto. Quem se desapega não esquece, mas também não faz questão de lembrar, não faz questão de ser de novo o que poderia ser um dia. Se mostra indiferente ou talvez ainda presente, mas não de fato, como poderia se mostrar. Como numa mão cheia areia, os grãos escorrem pelas frestas dos dedos até que nada reste, porém continuam ásperas com os vestígios daquilo que se deixou escapar.
É tudo novo e mais singelo, cada rua é uma nova descoberta, cada lua parece ser mais romântica mesmo que toda sua sedução esteja voltado para outros ares, para outros amantes.
De todas as voltas que dá um relógio, a mais lenta é aquela que sinaliza quando tudo vai mudar...

Pevic. Pedrosa

4º Ato - A Paciência


Saber esperar é uma virtude de poucos. Quem está a esperar por algo, sempre cria expectativas, sempre faz planos e conta que tudo siga uma certa direção. A paciência se apresenta como uma aliada de quem sofre, como referência de quem suporta, como o chão de quem tem que esperar.
Ser paciente é mais que uma qualidade, é uma vantagem em cima de tudo que possa vir por acontecer. O paciênte não vai se surpreender nem se cansar, ele é sábio e visionário, é alguém que te ensina a aguentar situações adversas sem pestanejar.
Aquele que consegue dar tempo ao tempo, se aproveita dos momentos e se mostra superior, tem em mente todo o jogo e todos os movimentos, se porta como vencedor até mesmo antes do fim. Mas quem pode pedir paciência para o amor?
Ser paciente enquanto se está longe de quem se gosta, é o pior dos pedidos a se fazer. É pedir para o sol não raiar, ou para uma gota de chuva não molhar nosso rosto. Esperar por algo que não se conhece o futuro é incerto e sem segurança, nos faz pensar duas vezes e contar todos os passos do percurso, só para saber o caminho de voltar.
A paciência para quem carrega no peito um sentimento valioso, é agoniante e talvez o melhor remédio... porque quem cativa um coração e desaparece sem mais, gera saudades e um leve sabor de quero mais...

Pevic. Pedrosa

sexta-feira, 18 de junho de 2010

3º Ato - O Verbo


O verbo que nos faz agir, que nos faz estar, que nos faz sentir. Que dá asas aos meu sonhos, que me tira do sério, que me põe no meu lugar. Não importa o predicado, se é presente, futuro ou se é passado, ele me toca e me guia por uma estrada de passos marcados que só eu sei, onde quero chegar.

E se esse verbo quiser um dia me deixar, vou apresenta-lo ao sujeito pra convence-lo a ficar... e ficar... e ficar... Não me importa se transitivo ou intransitivo, nem adianta dizer que ele é impessoal, se mexe tanto com minha cabeça, seria um pecado não dizer que faz parte de mim da maneira mais especial. Ele realmente me liga a alguém incomum, ela consegue sem nada dizer, com um simples olhar, me tirar do verbo "ser" e me por no verbo "voar" . Me tira o fôlego entre seus beijos, me mata de vontade de eternizar, seu sorriso numa escultura de mármore e prata, para nunca mais me deixar.

Quanto sua conjugação eu afirmo com clareza, "Não importa qual seja" pois com seu querer sem querer, me transforma dos pés a cabeça. E diante tudo que já foi dito, só posso chama-lo de abundante, porque se apossa de mim e me faz pensar, em detalhes tão lindos antes nunca percebidos, hoje tão valorizados. Esse verbo se confunde com meus desejos tão profundos, e tão docemente se apresenta como verbo tão comum.
Porque por ela sou o verbo sentir, fazer, ouvir, emocionar.... sou o verbo tocar, beijar, doar... sou o verbo que tudo isso resume....

Pois todos aqueles que tem coração, sonham em um dia ...

Pevic. Pedrosa

quinta-feira, 17 de junho de 2010

2º Ato - A Satisfação


É simples explicar quando se está satisfeito com algo. Você se sente bem, se senti confortável... O que dizer então da satisfação?

Hoje eu to satisfeito, talvez nem tanto como eu queria, talvez nem tanto quanto eu poderia. Mas estou satisfeito de algum jeito complicado pra mim.
Não me sinto completo como gostaria de me sentir, mas ironicamente eu vejo uma perspectiva de futuro. Eu vejo a vida como uma historia inacabada que se pode dar uma volta por cima. Essa minha satisfação talvez se confunda com esperança. Geralmente a satisfação te dá uma sensação de que tudo está na medida, e mesmo tudo não estando na medida que me é necessária, eu acredito sinceramente que talvez tudo esteja no seu lugar.
Descobri hoje, que nem sempre o fim é realmente sinônimo de término, de ponto final, porque se realmente fosse, não existiria o "felizes para sempre" ou aquele velho "to be continued".
Existem pessoas... que nos passam tamanha segurança, que nos tratam com tanto carinho, que é impossível simplesmente esquecê-las, tira-las de nossas vidas e fingir que nada aconteceu.
Estou satisfeito de um jeito diferente, de um jeito otimista, porque eu sei que nos nossos finais de mentirinha, sempre restam sentimentos de verdade...


Afinal... quem me dera que fosse assim, que eu pudesse tirar de mim. Mas nada é só uma ilusão...

( completa... )

Pevic. Pedrosa

1º Ato - A Paixão



O que nos leva a se apaixonar? Realmente é difícil responder, pelo fato da paixão não escolher nome ou cara. Você simplesmente sente sem pudores ou limites que te façam pensar racionalmente.
Realmente se apaixonar é divino mas também é infernal. É puro e ao mesmo tempo carnal, é um estado de espírito perigoso e delicioso que se debate dentro de nós como uma criança que quer sair do útero da mãe. Eu particularmente me sinto mais forte e corajoso, sou capaz de tudo e mais um pouco, por e para provar a pessoa a qual estou apaixonado, o que sinto. Acho engraçado... que quando você tem o poder de alimentar uma paixão, ela é duradoura e iluminada, ela é louco e loucura, é por fim lúcida e transparente.
Mas mesmo que de pouco a pouco o apaixonado se esforce, talvez não seja o suficiente pra conquistar aquela a qual se gosta.
E só com o tempo, a verdade referente a conquista, vai aparecer. E talvez... apenas talvez... todo o sacrifício não tenha sido em vão.


"A moça do sorriso aberto, me apareceu num sonho profundo.
Com seus olhos que revelam o segredo do mundo, pra me fazer acreditar que existe algo após o céu.
Com seu sorriso de contos de fada, me encantou, me enfeitiçou “Ó minha amada”
Na mais linda realidade, me guiando com suas asas de luz.

Quando me falou seu nome foi pura poesia, foi a mais bela canção dá mais bela sinfonia.
De prazeres que só quem sente o que eu sinto, pode saber.
Pudera eu, um simples plebeu, te conquistar? Tamanha façanha, proposta insana.
É capaz um mortal, tocar os lábios de um ser divino, obra angelical?

Mesmo que pra conquistar teu coração, eu tenha que roubar uma estrela, da mais distante constelação.
Faria tudo de bom grado, pois sou teu servo, teu escravo. Desde a vontade mais banal ao risco mais mortal.
E quando me bate a saudade, eu escrevo seu nome na pele, na ingênua esperança de que ele possa me aquecer

Na singela vontade de completar meu ser,
Me perdi em minha vida e só me acho em você.
Como que banhada pela luz da lua, cobre meu rosto, meus olhos
Com um véu de contemplação que me faz esquecer.

De todas as coisas que me proporciona a vida, só estarei satisfeito se tiver você.
E nesse jogo de olhares, e palavras não ditas, escrevi nas estrelas o que diz meu coração.
E de todas minhas idas e vindas, encontrei no fundo dos teus olhos, o meu caminho direto para a salvação."

Pevic. Pedrosa